Total de visualizações de página

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Dona Estella

Passeio virtual
Uma das grandes recompensas desde o início dos trabalhos acerca do projeto histórico e cultural "Memória M/A" foi a ligação de Dona Estella Lopes, do Rio de Janeiro, nesta semana. A gratidão desta montealtense octagenária por encontrar na Internet (no blog do projeto) referências sobre sua terra natal mostra que a iniciativa de resgate e digitalização do acervo montealtense está no caminho certo.

Dona Estella, 89 anos, revê cidade natal após 7 décadas pelo "Memória M/A"


Estella passeia com o noivo Joviano
pela Praça Central na década de 1930

O telefone da Redação do Tempo toca na tarde de quarta passada.
Ao coordenador do projeto histórico e cultural "Memória M/A", o editor do Tempo Elton Barroso, a pessoa se identifica como Vânia, filha de Estella Lopes, montealtense que viveu aqui até 1940 e, hoje no Rio de Janeiro, nunca mais retornou à sua cidade-natal.
O contato foi motivado pela emoção que, segundo Vânia, havia tomado conta de Dona Estella ao se surpreender com o blog do projeto histórico e cultural, o www.memoriama.blogspot.com; segundo ela, o melhor endereço na Internet que já encontrou com referências históricas sobre Monte Alto. Mostrando-se totalmente lúcida, aos 89 anos, ao telefone Dona Estella citou algumas de suas memórias.
Relembrou passagens vividas em Monte Alto e perguntou sobre famílias tradicionais que tinha contato e, ainda, se indústrias que, se recorda, eram bem estruturadas na década de 1930, como a fábrica de macarrão da família Riemma, continuam ativas.
Ela elogiou a iniciativa de agrupar conteúdo sobre Monte Alto e disponibilizar para acesso na Internet; diz que traz de volta grandes lembranças para um coração que está longe, mas nunca se esqueceu da terra em que nasceu.
Montealtense carioca
Filha dos imigrantes Hermínio Pinto Lopes, português, e Estephania Micolavinska Lopes, polonesa, Estella nasceu em 1919 e aqui viveu até 1940, quando mudou-se para São Paulo com o noivo Joviano —que conheceu em uma quermesse do Senhor bom Jesus.
Quando nasceu, a família morava na antiga "Rua do Comércio", hoje Nhonhô Livramento; durante toda adolescência, morou na rua Gustavo de Godoy.
"Minha casa ficava em frente ao Centro Telefônico, ao lado da casa do Dr. Adauto Freire", recorda a montealtense de 89 anos.
Teve 4 irmãs e 4 irmãos. Uma das irmãs, Rosa, era professora, dona do Jardim de Infância Santa Terezinha e Diretora da Liga do Menino Jesus da Igreja do Senhor Bom Jesus. Dos irmãos, contou sobre Hermínio, que foi escriturário na Câmara Municipal e José, açougueiro no açougue da família Pizarro.
"Guardo muitas lembranças desta terra. Vendo as fotos e lendo os textos, encontrei referências a pessoas que conheci há mais de 70 anos. Fiquei muito emocionada", diz.
Dona Estella faz parte de extenso grupo de "forasteiros", que entrou em contato com a coordenação do Projeto "Memória M/A", pelo memoriama@yahoo.com.br, desde que o blog entrou no ar, em setembro de 2007, em busca de informações sobre a cidade e parentes que nela viveram. Como, por exemplo, paulistano que procurava pelo resultado da partida entre MAAC e Inter, pela 2ª Divisão de 1965, para um livro que escreve sobre futebol.
Antes de finalizar a organização de todo material que o Museu Histórico e Cultural possui, não é possível atender a todas as requisições (veja quadro).
A busca por mais conteúdo, sobretudo recente, também é essencial para aumentar a riqueza do acervo.
"Manifestações como a de Dona Estella é a recompensa a este árduo trabalho de levantamento histórico. Há muito ainda para se pesquisar e organizar. Apesar da Secretaria de Educação ter suspendido, sem explicações concretas, a parceria com o projeto, os trabalhos continuam", ressalta Elton Barroso.
"A facilidade de acesso a informações do passado, permitida pela Internet, mostra a importância da criação de um Museu Digital completo. Algo que despertará o interesse pela História local, por qualquer montealtense, em qualquer parte do mundo", completa o coordenador.

Alguns pedidos encaminhados para a coordenação do projeto
30/10/2007
Meu nome é Marcos Aparecido Pantarotto, e meus antepassados desembarcaram em 1896, no porto de Santos-SP, com destino a Monte Alto. Gostaria de saber se existe algum relato deste nome "Pantarotto", em seus arquivos.
Explicação: Segundo o professor Luiz Carlos de Vicente, não há registros desta família nos acervos do Museu Histórico e Cultural.
7/12/2007
Olá, meu nome é Marco Antonio Rodrigues. Sou de São Paulo e estou fazendo uma pesquisa sobre o bairro Anhumas, gostaria de saber se existe algum estudo sobre os antigos proprietários da fazenda que deu origem ao bairro (fazenda Anhumas). Encontrei este site no Google e vi uma nota de 12/07/1900: "Delegado local continua a diligenciar a respeito do assassino misterioso de José Cândido Lopes. Suspeita-se dele ter sido envenenado com um copo de aguardente no dia de seu casamento, na Fazenda Anhumas". Na verdade, sou descendente dos últimos proprietários da fazenda e tenho interesse em reconstituir a história. Tenho algumas informações, mas não são suficientes. Agradeço a atenção.
Explicação: O Museu Histórico e Cultural possui relíquias doadas por famílias que viveram na zona rural de Monte Alto e informações sobre estes bairros. Este conteúdo ainda não foi digitalizado para exposição on line.
23/2/2008
Parabéns pelo projeto de memória de Monte Alto! Estive pesquisando no Google, sobre a cidade natal de meu pai e tive uma surpresa.
Encontrei noticiário sobre o meu falecido avô, que foi esfaqueado no dia 28 de março de 1937. Após o incidente, a família de meu avô se mudou para Assaí (PR), cidade onde nasci e resido.
Meu avô, o Sr. Kimpe, faleceu alguns meses depois do ocorrido, por complicações de saúde, que segundo a minha avó contava quando eu era criança, foi por causa das facadas.
O meu contato é para perguntar, como conseguiu este dado que consta na Linha do Tempo. Se pudesse fornecer endereço de alguém que possa relatar mais detalhes, eu agradeceria. Sou professora e tenho grande interesse em pesquisa sobre memória de meus ancestrais. Se puder me ajudar, agradeço profundamente.
Sem mais, agradeço e parabenizo. Inês Koguissi Morikawa
Explicação: A Linha do Tempo é uma cronologia de fatos noticiados pela imprensa local desde o início do século 20. A retrospectiva de 1899 a 1919 é retirada do acervo histórico de Aloísio Almeida. De 1929 a 1981, a cronologia é feita pelo professor Luiz Carlos de Vicente. Mesmo dentro deste período, há várias lacunas, que o Projeto busca completar, inclusive com a continuidade desta cronologia, organizando os fatos que marcaram a cidade nos últimos 27 anos.